O comentário diferente e revelador sobre a alucinação da Bastonária dos Enfermeiros

(post reeditado, com arranjos alarmantes no texto original e acrescentos na parte final)

Fiz esforços e promessas de que neste novo ciclo, me iria manter numa linha mais tranquila, mas não consigo, lamento. Pelo menos por enquanto.

A minha consciência não me permite que fique calado e inerte perante as declarações doentias e inflamadas da bastonária dos enfermeiros. Eu sei que estais fartos de ler várias reacções negativas às suas atitudes mais recentes, de todos os quadrantes socio-profissionais (ler aqui, aqui, aqui e cada dia que passa, outros "aquis" surgem), mas garanto que esta tem algo de diferente e revelador!

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Deixo aqui publicamente o meu repúdio por tudo o que se tem assistido e demarco-me totalmente deste estilo brejeiro e vergonhoso da Bastonária. Este baixo nível de postura, este estilo, a mim não me representa!

Se a bastonária, como figura pública que é e suposta representante de toda uma classe, pretende defender-se e tem todo o direito de o fazer, não pode ou não deve, na minha opinião, ser com o insulto, mas sim com o argumento válido. 

O problema é mesmo esse, normalmente quando há falta de argumentos, algumas pessoas partem para o insulto. Isto recorda-me um pouco o período da infância.

Para que os mais desatentos percebam o enredo desta novela de fraca produção, convém voltar um pouco atrás. Podem Googlar na internet: "Bastonária dos enfermeiros Daniel Oliveira" ou "Bastonária dos enfermeiros insultos" ou então também podem ler este post anterior aqui. 

Resumindo, insultou quem infringiu as regras de prioridades na vacinação e quem não infringiu. Ou seja, foi tudo a eito e se for de esquerda, tanto melhor. 

De seguida, foi criticada por tudo isso, nesse tal artigo do jornalista Daniel Oliveira e insultou-o também, mas de uma forma repugnante. Desta vez foi esterco, a acrescentar a uma longa lista de outros insultos refinados já vomitados por ARC e que vão desde a trastes, gorda-fura-filas, fina flor do entulho, ratos do porão, bestas, sabugos, parvos, bandalhos, porcos, vigaristas, nojos, chiqueiros, hipócritas, corruptos, parvalhona com focinho, lacaios, mongolóides, mentirosos ordinários, aldrabões, troca-tintas, chicos-espertos, bêbados e lambe-botas. Ficam apenas alguns prints assustadores, que chegaram ao meu messenger, para não vos maçar muito. Tenho aqui umas dezenas deles, incluindo mensagens privadas, mas são más demais, hardcore mesmo, qualquer coisa de deplorável e inimaginável, por isso é melhor nem publicar, porque aí estou a entrar em campos legais perigosos. Podem clicar nas imagens que elas aumentam, para lerem bem e melhor.

Depois puxou dos galões e que tinha ganho duas eleiçoes e ele não e que era mestre e ele não e que era um vigarista académico e mi mi mi! Outra vez recordações da infância. Bom não sei se isto é comédia ou filme de terror. 

E como se não bastasse, para terminar, manda cumprimentos ao seu pai, que por acaso é um escritor que já faleceu. Bom, se já tinha descido até ao subsolo, agora descia até às trevas.

Ana Rita Cavaco não se fica só por atingir os seus alvos, vai atingi-los no ponto mais sensível, que é a família. Vai procurar os pontos fracos das vitimas. (aos sábados de manhã costumo ver uns documentários sobre isto na sic). 

A sua obcessão pelos pais de quem ofende é qualquer coisa de inexplicável, de inqualificável, isto porque o fenómeno não é único, várias vezes assisti. Eu inclusivamente, como já referi, também fui uma presa deste ataque selvagem e matreiro, no seu terreno favorito. Mas como sou meio gato, cá estou novamente. 

Nessa altura, há alguns anos atrás, escrevia precisamente sobre a questão que se deve colocar - É ou não condenável que Ana Rita Cavaco ofenda pessoas a partir da sua página de facebook, cujo perfil menciona ocupar o cargo de Bastonária da Ordem dos Enfermeiros?. Nessa altura reconheço que cometi um erro no título do post, (podem rever aqui), mas quem quis empolou o título em detrimento da mensagem, que provavelmente nem leram. Essa mensagem coincidia mais ou menos com toda esta polémica que agora se está a passar. 

Ana Rita Cavaco (ARC), enquanto cidadã, pode fazer o que entender com a sua página de facebook, pode insultar quem quiser e depois sofre ou não, com as consequências.

Ana Rita Cavaco, enquanto Bastonária, através da sua página de facebook, onde (mais uma vez) menciona ser a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, representante máxima dos enfermeiros, não pode insultar pessoas, sejam elas inocentes ou culpadas das acusações que refere.

Não pode, porque como representante máxima dos enfermeiros, presta uma imagem com a qual eu nunca me identificarei enquanto enfermeiro e cidadão. E é difícil para mim perceber como é possível que hajam enfermeiras e enfermeiros que se identificam e apoiam este estilo, mas como é óbvio terei que respeitar. Pelo inverso, não admitirei não ser respeitado por ter esta convicção, por isso, não percam vosso tempo (os do costume) a responder-me em ofensa, porque é garantida a ausência de resposta.

Não pode, porque soma processos de difamação (são 3 já!), a acrescentar a outros em segredo de justiça, como o da sindicância e o das denúncias da anterior vice-presidente da Ordem. Entretanto já perdeu alguns relacionados com esta última pasta e aguarda-se para breve o resultado de um outro que está relacionado com a obscuridade que foi o último processo eleitoral dos orgãos para a Ordem. 

Agora questiono, quem paga tudo isto? Só posso esperar, que seja ARC e a sua equipa. As minhas quotas não são para pagar isto, ou são? E as tuas são? 

Dirigindo-me aos seus apoiantes: 

Eu sei que a apoias incondicionalmente e que não te incomodas que o teu dinheiro vá para pagar processos em tribunal, porque defendes que com o "reinado" de ARC é que a enfermagem começou a tornar-se mediática e falada.

Agora pergunto-te, mediática e falada em que aspecto? O cidadão comum não achou muita piada à greve cirúrgica que ela apoiou e já perdi a conta, tanto nas redes sociais, como ao vivo, aos que se manifestam incrédulos, por os enfermeiros terem esta lamentável representação. A classe política tem medo dela e despreza-a, assim de repente só vejo um amigo, que por acaso está sozinho na bancada. 

E tu respondes-me - Os politicos são uma cambada de corruptos e é bom que a receiem a ver se respeitam os enfermeiros. 

E eu acrescento - Será mesmo assim? É certo que alguns políticos têm muitos defeitos, mas temos que saber levá-los, ser mais inteligentes, são eles que tomam decisões  e certamente não as vão tomar em nosso favor, num clima de guerrilha criado pela tua Bastonária. É certo que o tempo do diálogo cuidadoso também tem que acabar, mas os extremos são perigosos, não será melhor um meio termo? Reparaste que a lider da bancada do PS acabou de a enxovalhar publicamente? Isto é bom para os enfermeiros?

E tu mudas de assunto e afirmas - Ahh, mas ela tem conseguido coisas boas para a Enfermagem!

Eu returco - Que coisas boas? (Silêncio prolongado) Em termos daquilo que efectivamente mais nos interessa, que é o dinheiro e a carreira, o que é que conseguiu, já que tanto interferiu? E quanto a tudo o resto que efetivamente compete à Ordem, tem feito o seu trabalho?

E tu interrompes - Mas isso é com os sindicatos!

E eu completo - Sim, toda a razão, ou pelo menos deveria ser assim, mas o problema é que não foi, nem é e tu sabes disso. A sua interferência foi e é constante em assuntos que apenas competem aos sindicatos e isso foi mais que evidente e até assumido por ela própria. Quais foram os resultados? Estás satisfeito com o teu ordenado base? Estás satisfeito com a tua carreira?

Tu - Ahh..  mas ela não tem nada a ver com isso.

Eu - Ai agora não tem! Ok então.

E tu apontas - Então se te opões tanto a ela, se a criticas tanto, porque é que não sais de trás do teclado e fazes alguma coisa pela enfermagem?

E eu respondo - Pois meu amigo, eu durante vários anos fui delegado e dirigente sindical pela minha vontade em querer contribuir para a mudança e por querer ser um elo de ligação e informação entre os meus colegas, a minha ULS e o sindicato do qual sou sócio, muitas vezes sozinho e por vezes criticado. Ainda hoje continuo a fazer trabalho sindical, sem nenhuma contrapartida, sem nenhum dividendo, ao contrário do que muitos julgam! 

Depois disso, concorri às últimas eleições para a Ordem dos Enfermeiros, porque acreditava e acredito nessa vasta equipa de enfermeiras e enfermeiros com percurso académico e profissional sólido e credível e porque tal como eles, não me revia, já naquela altura, no estilo de ARC e sua equipa.

Tu - Mas perdeste e ela venceu!

Eu - Errado! Não fomos à corrida. Disseram-nos à última da hora, na secretaria, que preenchemos mal a ficha de Jogo. E pelos vistos eles (a lista vencedora) também a preencheu mal e o processo está agora em julgamento. Vamos aguardar.

Tu - Oh tens mau perder, querias mas é o tacho!

Eu - Oh meu amigo, estou tão feliz como estou, vê lá tu que até mudei o título do Blog. Se vou a desanimar de cada vez que perco um jogo ou uma corrida, não saia da cama. Apenas queria contribuir para fazer melhor e ao que vejo não é nada difícil. Então e tu, o que é que já fizeste pela Enfermagem?

Tu - (silêncio...) Mas ninguém te vai levar a sério!? Não passas de um blogger anónimo!

Eu - Já toda a gente (pelo menos em Viana) sabe quem eu sou. A própria Bastonária o revelou, já não é segredo. Mas se o Pessoa teve, eu também posso ter um heterónimo. 

Tu - E agora o que vais fazer com esta tua indignação?

Eu - Vou fazer o que já está a ser feito, vou participar num movimento que vai pedir esclarecimentos e prenúncia ao Conselho Jurisdicional da Ordem dos Enfermeiros, sobre todos estes lamentáveis episódios que ARC nos tem proporcionado. E depois vou difundir pela comunicação social. 

Tu - Ahhh tu és maluco! É preciso coragem para enfrentar aquela mulher!

Eu - Concordo. Por isso faço o convite a todos os enfermeiros portugueses, leitores deste blog, para manifestarem a sua vontade de agir como eu (e muitos outros) e assinarem o documento a ser entregue ao Conselho Jurisdicional. Provavelmente não vão querer manifestar essa vontade aqui em público, mas podem enviar-me uma mensagem privada por messenger no Facebook de Guilherme de Carmo (aqui).

Tu - Ok... dá-me lá o teu facebook...

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Depois de alguns ajustes nesta primeira parte e para evitar um novo post de reflexão sobre o que não gosto, porque não quero incomodar quem tanto se tem incomodado com criticas à senhora digníssima, (que de digníssima nada tem), levanto apenas mais três questões que me inquietam.

ARC insurgiu-se com a inscrição de enfermeiros brasileiros na Ordem, que residem em Portugal e manifestaram vontade em ajudar nesta crise. Até aqui tudo ok. Não cumprem requesitos, tem que haver algum rigor.

Agora questiono, porque razão não ficou por aqui? Porque é que teve que acrescentar, e passo a citar: “neste momento o Brasil também deve estar a precisar de enfermeiros, podem trabalhar lá “. 

Coloquem-se no papel de profissionais de enfermagem que emigraram para outro país, na busca de uma nova vida, fugindo das enúmeras dificuldades que vivem na vossa pátria mãe. 

Coloquem-se no papel de quem altera todos os planos e toma uma decisão que pode ser a mais complexa e dificil das suas vidas? Sim, porque emigrar não é fazer uma viagem para outro país só porque sim. 

Coloquem-se no papel de quem pega na sua família e foge de um país que atravessa uma crise ainda mais profunda do que o do destino e depois não consegue encontrar emprego na carreira que investiu por alguns detalhes de equivalências? E por fim imaginem a bastonaria dos enfermeiros desse país que vocês escolheram a dizer-vos - Podem regressar, ide para o vosso país de origem trabalhar, (enfermeiros alemães aceitámos por razões linguisticas). 

Esta “recomendação” cheira-me um pouco Chegana.

A segunda questão que eu gostaria de fazer e esta pode ser à senhora bastonária, é a seguinte: O que é que faz o senhor presidente da secção regional da Ordem dos enfermeiros numa sessão de vacinação na Misericordia da Terceira, onde estão a ser vacinadas pessoas não prioritárias, ou seja, "gordos-fura-filas"? Consegue explicar-me esta imagem?

Por último também gostaria de perguntar-lhe porque razão não deu ordens aos seus enfermeiros que estão a desempenhar funções a tempo inteiro na Ordem (e que são muitos), para regressarem aos seus serviços de origem, para pelo menos fazerem meio horário, tendo em conta que atravessamos uma pandemia, com uma crise sem precedentes? 

E já agora porque razão, a Ordem dos Enfermeiros, que por mês encaixa milhares de euros em quotas e que ao fim destes anos todos em que existe uma Ordem, encaixou milhões de euros nos seus cofres, (que eu até desconfio que haja mais dinheiro na Ordem do que nalguns bancos, ou talvez não, porque parece que houveram aí uns desvios), não se chega à frente para o que quer que seja necessário para o SNS? E o crowdfounding que tanto apoiou, não se pode chegar à frente também?

Tiago Subtil membro OE n.º 40791