Não esqueço esse dia. Acredito que represente uma pequena grande peça da mudança que ambos desejámos.
Não sabia quem eras, mas já nessa altura eras conhecida e reconhecida (talvez não por todos os que deveriam, mas pelos que interessam).
Já nessa altura eras (e és e serás) uma das enfermeiras mais notáveis no panorama da enfermagem em Portugal.
Só mais tarde soube, quando comecei a acompanhar o Kastelo que construíste.
Uma vénia! A ti, à tua equipa.
Naquela que é provavelmente a área da saúde mais complexa e intensa para todo o espectro mental de quem cuida, demonstrais um empenho, profissionalismo, dedicação e amor desmesurável.
Só assim seria possível.
Que orgulho para mim, para a enfermagem.
Que orgulho, por ver-te a liderar este nobre serviço, quando lamentavelmente é raríssimo haverem enfermeiros, nesses cargos, nas Instituições ligadas à saúde, em Portugal.
Que orgulho por ver o quão sois fundamentais para aquelas famílias.
Que orgulho por seres a mentora desta equipa, que contigo dá cor, neste filme que já foi tão cinzento, para aquelas famílias.
Não sou eu que o digo, é a tua equipa.
Revejo o programa "Dois às 10" da TVI e estremeço novamente.
Regozijo com os reconhecimentos que te são feitos, mesmo até com o do Marques Mendes, na SIC.
Ninguém poderá ficar indiferente.
Mas houve quem ficasse. Houve quem ficasse indiferente a todo esse grandioso percurso e ao reconhecimento que justamente te foi dado numa das mais prestigiadas Galas internacionais de mérito em Saúde comunitária.
Não vou manchar esta expressão de agradecimento, a apontar o dedo. Sabemos quem não nos tolera e procura derrubar.
Quando me ligaste, falámos sobre a enfermagem, sobre o futuro. Desafios e projetos. Falámos sobre o que nos preocupava e indignava, relativamente à profissão e ao Órgão que a supervisiona.
Numa altura em que tornava público um Manifesto e petição, em oposição àquilo que era a conduta da Ordem dos Enfermeiros e sua bastonária, onde fui alvo dos mais diversos ataques e insultos, foste a única pessoa que manifestou solidariedade e compreensão de uma forma explícita e direta.
Apesar das centenas de assinaturas e várias mensagens de incentivo, quando esperava um apoio e envolvimento mais permanente de vários conhecidos e amigos, recebi-o de uma desconhecida.
Aí, já percebia outra virtude que se destaca em ti: a coragem!
Nos últimos anos e hoje ainda, vemos tanto, mas tanto receio nos enfermeiros, que até assusta.
Tantos temem a pronuncia e manifestação da diferença, para medo de represálias e infindáveis processos.
Nós somos o oposto. Ninguém nos pisa, ninguém nos demove das nossas convicções.
Esta conversa ainda não terminou. Está no inicio. Mas vai continuar porque já estamos unidos.
Obrigado Teresa!
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